O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, pressionou nesta quinta-feira o Paquistão a fazer mais para pôr fim à rede terrorista Haqqani, que tem vínculos com a Al-Qaeda, dizendo que as autoridades americanas estão "chegando ao limite de sua paciência".
Secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, sorri ao ser recebido por militares durante visita surpresa ao Paquistão
Em uma coletiva no vizinho Afeganistão, Panetta
repetidamente enfatizou a frustração de Washington com militantes
cruzando a fronteira do Paquistão. É essencial que o Paquistão pare de
"permitir que os terroristas usem seu território como uma rede de
segurança para conduzir seus ataques contra as nossas forças" disse ao
lado do ministro da Defesa afegão, Abdul Rahim Wardak.
"Deixamos isso claro várias vezes e vamos
continuar a fazê-lo, mas, como disse, estamos chegando ao limite de
nossa paciência", advertiu.
A crítica
explícita e repetida de Panetta em relação à falta de ação paquistanesa,
que também foi expressada em sua visita à Índia, pareceu assinalar uma
posição mais forte e sugerir que os EUA estão cada vez mais afeitos a lançar ataques contra alvos terroristas no país asiático. Uma
autoridade graduada reconheceu nesta quinta-feira que o recente aumento
em ataque de aviões não tripulados se deve em parte à frustração em
relação a Islamabad.
O grupo Haqqani foi responsabilizado por vários ataques no
Afeganistão, incluindo a ação com granadas propaladas por foguetes do
ano passado contra a embaixada dos EUA e a sede da Otan
(Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Cabul. O grupo, que
também tem vínculos com a milícia islâmica do Taleban, apresenta-se como
uma das principais ameaças à estabilidade do Afeganistão.
Os EUA deram ao Paquistão bilhões de dólares em auxílio para
seu apoio ao combate aos militantes islâmicos. Apesar da pressão dos
EUA, o Paquistão continua relutante em ir atrás dos insurgentes,
particularmente da rede Haqqani.
Além das críticas a Islamabad, Panetta fez nesta quinta-feira a
Cabul para uma visita surpresa destinada a revisar o processo de
retirada gradual das tropas americanas do Afeganistão.
A visita acontece 24 horas depois de tropas da Otan,
presumivelmente americanas, terem deixado ao menos 18 civis, incluindo
mulheres e crianças, em um bombardeio aéreo no distrito de
Barak-e-Barak, na Província de Logar.
O governo de Hamid Karzai criticou reiteradamente a morte de
civis em operações da Aliança Atlântica, o que aumentou a impopularidade
do contingente militar estrangeiro, imerso em um processo gradual de
retirada. Esse processo foi iniciado em julho de 2011 e tem previsão de
chegar ao fim em 2014.
*Com AP e EFE
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